Segundo os dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estado Unidos (NOAA), o fenômeno La Niña chega oficialmente ao fim após atuar desde o segundo semestre de 2020, e informa também que as anomalias de temperaturas da superfície do mar na região tropical do oceano Pacífico apontam para um período de neutralidade.

O que é ENOS e o La Niña?

A Oscilação Sul ou ENOS é um modo natural do sistema acoplado oceano-atmosfera com oscilações de 2 a 7 anos entre suas fases quentes, denominado como El Niño e fria como La Niña, capazes de afetar o clima de nível global.

O El Niño pode ser caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical, no qual o El Niño causa secas sobre o norte e nordeste e chuvas excessivas sobre o sul e sudeste da América do Sul. Já a La Niña causa o padrão inverso.

Essas variabilidades do padrão de precipitação associado às fases quentes ou frias do ENOS a tona um fenômeno de extrema importância para os mais variados setores, além de poderem causar diversos prejuízos socioeconômico e ambientais às regiões afetadas. Setores como o de energia são fortemente afetados dependendo da fase atuante.

Em anos de El Niño, a geração das hidrelétricas tende a ser favorecidas na região sul do Brasil, visto que temos o aumento das chuvas, simultaneamente, em que são desfavorecidas sobre o nordeste brasileiro, favorecendo a geração de energia eólica na região.

Vale ressaltar que os eventos podem ter impacto menores ou maiores dependendo da intensidade, ou seja, um evento forte pode causar secas mais severas, como foi o caso do El Niño de 2015/2016 que teve efeitos devastadores ao redor do mundo, em especial sobre a região do Baixo Tapajós na Amazônia, com secas e incêndios florestais.  

Este evento gera impactos de grande alcance, pelos motivos apresentados a cima, dessa forma, é necessário se atentar as mudanças. A pluma mais recente do Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade (IRI) indica condições de neutralidade sobre o Oceano Pacifico como mencionado, que devem persistir até o fim do outono no Hemisfério sul, com formação El Niño 2023 a partir do inverno.

Figura 1: anomalias do Niño e previsão para temperatura da superfície oceânica (gráfico gerado em 20 de fevereiro de 2023) - Fonte: International Research Institute (IRI) for Climate and Society.

*Climaaovivo com informações da Climatempo.