O Movimento pela Base, em parceria com a Associação Nova Escola e o Instituto Reúna, lançou um material para auxiliar professores na recomposição das aprendizagens do Ensino Fundamental. Composto por fichas, o documento está disponível de forma gratuita neste link.

Até o fim de outubro serão 131 fichas (95 de matemática e 36 de língua portuguesa) elaboradas para apoiar o planejamento dos educadores com foco no desenvolvimento de habilidades prioritárias dos estudantes, explica João Paulo Cêpa, gerente de Articulação e Advocacy do Movimento pela Base.

"O material é muito próximo a um plano de aula, com a indicação de habilidades chaves de cada componente curricular. As fichas mostram quais os conhecimentos prévios que os estudantes precisam ter e quais precisam adquirir em cada ano, de acordo com o que determina a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Também trazem comentários para os professores, com dicas para aprofundar o tema e sugestões de atividades", afirma Cêpa.

O objetivo do Movimento pela Base é auxiliar docentes a reduzir a defasagem de aprendizagem e as desigualdades e como material formativo para secretarias de educação.

"As avaliações nacionais já mostravam que estes eram desafios antes da pandemia de Covid-19. Com o fechamento das escolas, o atraso escolar foi ampliada e é ainda mais grave entre estudantes pobres e negros, como visto nos resultados do último Saeb", lamenta Cêpa.

Com o material, escolas e educadores poderão planejar as propostas ainda para 2022 e estruturar o ano letivo de 2023.
 

Recuperação x recomposição

O termo "recomposição de aprendizagem" é recente no país. Em 2020, quando as escolas foram fechadas devido à pandemia, o termo "recuperação" de aprendizagem era mais comum porque se referia a habilidades e competências já abordadas com os estudantes.

"Recuperação é o resgate de um conteúdo que foi trabalhado, mas não totalmente aprendido. Já a recomposição refere-se a um conteúdo que sequer foi trabalhado com os estudantes. Para que a recomposição ocorra é preciso priorizar o que precisa ser aprendido (promovendo a flexibilização curricular), reorganizar os tempos pedagógicos e planejar estratégias, como formação de professores e materiais didáticos adequados, para curto, médio e longo prazos", avalia Cêpa.

Ele explica que a BNCC tem papel fundamental nessa recomposição, pois prevê o que é essencial em cada ano escolar, garantindo que os direitos de aprendizagem sejam considerados nas políticas e estratégias adotadas pelas secretarias, escolas e professores. Ela é o ponto de partida para orientar a flexibilização dos currículos.

"A pandemia gerou situações e desafios inéditos para a educação. Com este material, o Movimento Pela Base e as instituições parceiras esperam apoiar os professores brasileiros na trajetória da recomposição e, assim, garantir que todos e cada um dos estudantes tenham seus direitos de aprendizagem garantidos", conclui Cêpa.
 

Sobre o Movimento Pela Base

O Movimento Pela Base é uma rede não governamental e apartidária de pessoas e instituições que desde 2013 se dedica a apoiar a construção e implementação de qualidade da BNCC e do Novo Ensino Médio. Sua missão é trabalhar em parceria para garantir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento de todas as crianças e jovens brasileiros.