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Preços do etanol: alívio deve seguir após disparada em 2021, dizem especialistas

Preços do etanol: alívio deve seguir após disparada em 2021, dizem especialistas

No entanto, possível efeito do câmbio sobre a gasolina é ponto de alerta para os preços do combustível.

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Após uma alta perto de 60% em 2021, os preços do etanol começaram 2022 em tendência diferente e já caminham para fechar janeiro em queda. E, segundo as projeções de especialistas ouvidos pelo InvestNews, neste ano o consumidor deve mesmo sentir algum alívio do preço nas bombas. 

Os números mostram que a baixa nos preços do etanol começou já no final de 2021. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre novembro e dezembro houve recuo de 2,96%. No ano todo, porém, houve alta de 62%. 

Dados semanais da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam o mesmo cenário: apesar de terem acumulado alta de quase 60% no ano, os preços do etanol caíram nas últimas 5 semanas de 2021. Em 2022, seguiram em queda e até a semana terminada no último sábado (15) já registravam 8 baixas seguidas. 

A expectativa de especialistas é os fatores que causaram a alta dos preços do etanol em 2021 não se repitam em 2022. 

Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), relembra a redução da oferta por fatores climáticos e o aumento da demanda por combustíveis que, juntos, fizeram com que os preços do etanol disparassem. 

“Essa safra de cana-de-açúcar que começou em abril de 2021 e termina em março de 2022 é a menor que tivemos nos últimos 10 anos. Primeiro, toda a agricultura sofreu por falta de chuva por mais de 1 ano. A segunda variável foi que nós tivemos 3 geadas que impactaram quase 10% da área da cana em julho. E em setembro tivemos outra variável que foi uma incidência muito forte de fogos criminosos em áreas de cana”, descreve Rodrigues. 

“De um lado houve essa restrição muito forte da oferta, e de outro a volta do crescimento da demanda”, complementa ele, em referência à reabertura de diversas atividades ao longo do ano após as restrições pela pandemia.

Para 2022, a expectativa é que as condições climáticas sejam mais favoráveis. “Para o próximo ano, a safra começa em abril, e já há uma expectativa de uma recuperação da produtividade nos canaviais”, diz Rodrigues. 

Matheus Peçanha, pesquisador e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), explica que o clima foi “o principal problema de custos” do etanol, mas já é passado ou está melhorando cada vez mais. “As chuvas voltaram em novembro e dezembro, sanou a inflação de alimentos, que retomou a um patamar mais normalizado, e isso inclui a cana, que foi o impacto principal da inflação do etanol.”

Além disso, a pressão de demanda também deve diminuir. “Começou a reduzir nos últimos meses porque houve uma migração do consumidor para a gasolina, pela perda de competitividade”, diz Rodrigues, da UNICA. 

*Confira a matéria completa em InvestNew$

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Marcos Remis dos Santos 
(Marcão)