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Impacto da mastite no rebanho leiteiro

Impacto da mastite no rebanho leiteiro

A mastite é a doença mais relevante da atividade leiteira, consistindo na infecção da glândula mamária com comprometimento da saúde dos animais e da qualidade do leite produzido.

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Desde 2019 passaram a valer as Instruções Normativas (IN 76 e IN 77) publicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que estabelecem parâmetros elevados de qualidade para comercialização do leite cru refrigerado no Brasil.  Confira quais são estes parâmetros e como você pode melhorar a qualidade do leite para manter sua produção adequada às normativas.

Contagem Bacteriana Total (CBT) – máximo de 300.000 UFC/ml

Contagem de Células Somáticas (CCS) – máximo de 500.000 CS/ml

Teor de Gordura – mínimo de 3,0 g/100g

Teor de Proteína – mínimo de 2,9 g/100g

Teor de lactose anidra – mínimo de 4,3 g/100g

Sólidos não gordurosos – mínimo de 8,4 g/100g

Sólidos totais – mínimo de 11,4 g/100g

Acidez titulável – 0,14 g a 0,18 g de ácido lático/100ml

Estabilidade alizarol – mínimo de 72% v/v

Densidade relativa a 15°C – 1,028 a 1,034

Índice crioscópico – entre -0,530 °H e -0,555 °H ou entre -0,512 °C e -0,536 °C

Desses parâmetros, os que estão imediatamente relacionados à mastite são a CBT e a CCS. A diminuição de ambos significa muito mais que qualidade: uma baixa CBT e CCS significam aumento na produção e melhor rentabilidade.  Além disso, é vetada a comercialização de leite com resíduos de medicamentos e produzido por animais com nutrição precária, em fase colostral, com doenças infectocontagiosas ou em tratamento.  E, para atingir ótimos índices de qualidade do leite, existem práticas de manejo que diminuem consideravelmente o risco de mastite no rebanho.

Primeiro, os cuidados na hora da ordenha: deixar os animais já diagnosticados positivamente para serem ordenhados por último é a primeira ação para mitigar a transmissão da mastite. A forma contagiosa da doença é transmitida principalmente na ordenha, sendo agravada quando os devidos cuidados de higiene não são tomados. Realizar os procedimentos de ordenha que diminuem os riscos de contaminação também é muito importante: desprezar os três primeiros jatos de leite, utilizar luvas para manuseio dos tetos, realizar o pré e o pós-dipping, lavar e secar os tetos e os equipamentos utilizados adequadamente são os cuidados básicos.

Para controle em larga escala e análise dos casos de mastite que ocorrem no rebanho, é importante que o produtor colete amostras do leite de cada animal doente para a realização da cultura microbiológica. Isso facilita a identificação do patógeno que causa as infecções e, consequentemente, facilita o tratamento. Uma vez diagnosticado o patógeno o produtor deve avaliar se é o caso de tratamento imediato ou se o próprio sistema imunológico do animal pode debelar a infecção. Essa decisão só é possível com o suporte da cultura bacteriológica e permite a otimização do manejo terapêutico.

O produtor deve sempre estar atento à saúde do úbere das vacas. O período de secagem é o momento ideal para tratamento de casos subclínicos, pois aproveita um período em que não estão produzindo, mas estão sujeitas a novas infecções. Dessa forma, a terapia da vaca seca permite ao mesmo tempo tratar infecções já existentes e prevenir novas infecções. Essas técnicas de manejo fazem parte de um conjunto de práticas que buscam diminuir o risco de infecção das glândulas mamárias dos animais do rebanho e manter elevada a qualidade de leite produzido.

Produzir um leite de qualidade é importante, não só para estar adequado as Normativas Ministeriais, mas sim para garantir uma melhor produtividade e rentabilidade do sistema de produção.

Por https://www.zoetis.com.br/index.aspx

Fonte; Milkpoint
 

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Marcos Remis dos Santos 
(Marcão)